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16 setembro, 2009

#11 Buddy Longway: O Vento Selvagem / O Manto Negro

Ainda recentemente aqui escrevi sobre Buddy Longway. Volto de novo “à carga” por causa do álbum duplo com histórias inéditas recentemente publicado na colecção “Clássicos do Tintin” da ASA/Público.

No entanto, começo por referir que me mostro indiferente às boas intenções da editora – presumo que visasse proporcionar uma onda saudosista aos antigos leitores da extinta revista Tintin – porque não concordo com a publicação de aventuras isoladas, seccionadas do respectivo enquadramento na cronologia original. A sensação de “perdido” que a leitura isolada das histórias causa é terrível. Entre outros, a série Buddy Longway é um bom exemplo desta má prática. Sendo uma série estruturada com princípio meio e fim, nada justifica a publicação das aventuras correspondentes aos álbuns n.º 13 e 14 na cronologia original, quando se encontram em falta os n.ºs 8, 9, 10, 11 e o 12 da série.

No presente álbum, salva-se no entanto o facto das histórias apresentadas se complementarem, permitindo a leitura completa de um episódio, ainda que truncado do seu enquadramento geral.

A narrativa que se caracteriza por uma certa serenidade, na primeira história, O Vento Selvagem, é perturbada por um acontecimento – uma forte tempestade – que proporciona o encontro de Buddy Longway com um casal de emigrantes húngaros, Gregor e Mariska Komonczy, que se encontram perdidos no caminho para a Califórnia. A disponibilidade de Buddy Longway para servir de guia, será aproveitada por este, inclusive com a história de como conheceu e casou com a sua mulher, a jovem sioux Chinnok, para desmistificar a imagem negativa que os primeiros colonos vindo da velha Europa tinham acerca dos índios americanos. Não é indiferente a situação causada pela reacção do colono no seu primeiro contacto com um grupo de índios. No decorrer da viagem, encontram um outro estrangeiro, o etnólogo francês Xavier Baron que estabelecerá a "ponte" para os acontecimentos desenvolvidos na segunda parte da aventura.

Em O Manto Negro (o desenho da capa pertence a esta história), assistimos à continuação da viagem do grupo, agora na companhia de Xavier Baron. Nesta aventura, o autor Derib continua a dar-nos uma visão apaixonada sobre a cultura índia não esquecendo a realidade que foi os primeiros anos de conquista do Oeste americano. O choque de culturas entre o homem branco e os peles-vermelhas é expresso através de vários acontecimentos envolvendo os colonos, tais como o rapto de Mariska pela tribo Cree, a história do padre Jean Morin ou o ataque brutal dos índios Assiniboines com um desfecho trágico, que com vigor e equilíbrio contribuem para o realismo desta série, excelentemente bem desenhada por Derib.

Buddy Longway O Vento Selvagem / O Manto Negro
Autor: Derib
Álbum nº 11 da Colecção “Clássicos da Revista Tintin”, Cores, Capa mole
Editora: ASA/Público, 1ª edição de Julho de 2009

A minha nota:

10 agosto, 2009

As minhas BD preferidas #8: Buddy Longway

Depois de alguns(!) meses (bem, na verdade passaram-se dois anos…) após a publicação do último texto relacionado, retomo agora uma das rubricas deste blogue, de BD’s preferidas, para escrever aqui sobre um western diferente daqueles que tradicionalmente estamos habituados a ler, onde invariavelmente a figura do cowboy se sobrepõe a todas as outras.

Falo de um western que nos dá uma visão da riqueza dos primeiros anos da conquista do Oeste americano. Dentro deste contexto os espaços abertos e livres são indissociáveis desses anos, pelo que o autor (neste caso, em simultâneo, argumentista e desenhador) Derib promove a apresentação de cenários onde a natureza em estado bruto e selvagem, seja a floresta, a montanha ou a planície, são a constante geradora da riqueza estética da história. Trata-se também de uma história de relações e sentimentos humanos entre culturas diferentes, donde sobressai a assumida admiração do autor pela tribo índia “sioux”. Na narrativa é visível a defesa do modo de vida índio, através da promoção da sua cultura e tradição, ainda que curiosamente as aventuras tenham como personagem principal um não-indio.

É assim que surge Buddy Longway - que dá o nome à série - a figura central de uma saga familiar por onde passam todas as linhas de força da narrativa. Longway é um caçador de peles e um explorador, que por opção vive de forma pacífica em harmonia com a natureza, numa área situada no estado do Missouri. Um dia salva uma jovem índia, Chinook de seu nome, da tribo “sioux”, com quem mais tarde vem a casar e constituir família. E é aqui que Derib rompe com convenções. É no dia-a-dia, no envelhecimento e no desfecho trágico desta relação familiar, que somos convidados pelo autor para ser leitores atentos desta série composta por um total de vinte álbuns.
Derib escreve argumentos simples e fluidos, utilizando referências típicas do Oeste americano para criar as suas aventuras. O desenho é vigoroso e bastante agradável, compondo por vezes planos bastante originais. Tudo isto contribui para um western bem estruturado, de leitura fácil, composto por personagens bastante humanas, sólidas e realistas quer seja pela opção do autor no envelhecimento destas, quer seja pelo destino final que o autor lhes reservou.

“Buddy Longway” em Portugal
As aventuras de Buddy Longway surgiram em Portugal através da revista Tintin, tendo a primeira aventura (“O Inimigo”) sido publicada entre Abril (#876) e Junho de 1976 (#904). Ao todo, foram publicadas através desta revista um total de nove aventuras da série. Encontram-se também registos de aventuras nas revistas Selecções Tintin e Mundo de Aventuras.

Em formato álbum, e até à data, encontram-se publicados nove aventuras, distribuídos por três editoras – Livraria Bertrand, Editorial Futura e Asa/Público (álbum duplo). Deixo então aqui a lista dos álbuns publicados em Portugal, respeitando a cronologia original:

1. Chinook, Livraria Bertrand, 1978
2. O Inimigo, Livraria Bertrand, 1978
3. Três Homens passaram, Livraria Bertrand, 1979
4. Sozinho, Livraria Bertrand, 1980
5. O Segredo, Livraria Bertrand, 1981
6. O Alce, Editorial Futura 1, 1988
7. O Inverno dos Cavalos, Editorial Futura 2, 1989
13. O Vento Selvagem, Asa/Público 11, 2009
14. O Manto Negro, Asa/Público 11, 2009

Sites relacionados:
- Buddy Longway [link]

As minhas BD preferidas #8: Buddy Longway

Depois de alguns(!) meses (bem, na verdade passaram-se dois anos…) após a publicação do último texto relacionado, retomo agora uma das rubricas deste blogue, de BD’s preferidas, para escrever aqui sobre um western diferente daqueles que tradicionalmente estamos habituados a ler, onde invariavelmente a figura do cowboy se sobrepõe a todas as outras.

Falo de um western que nos dá uma visão da riqueza dos primeiros anos da conquista do Oeste americano. Dentro deste contexto os espaços abertos e livres são indissociáveis desses anos, pelo que o autor (neste caso, em simultâneo, argumentista e desenhador) Derib promove a apresentação de cenários onde a natureza em estado bruto e selvagem, seja a floresta, a montanha ou a planície, são a constante geradora da riqueza estética da história. Trata-se também de uma história de relações e sentimentos humanos entre culturas diferentes, donde sobressai a assumida admiração do autor pela tribo índia “sioux”. Na narrativa é visível a defesa do modo de vida índio, através da promoção da sua cultura e tradição, ainda que curiosamente as aventuras tenham como personagem principal um não-indio.

É assim que surge Buddy Longway - que dá o nome à série - a figura central de uma saga familiar por onde passam todas as linhas de força da narrativa. Longway é um caçador de peles e um explorador, que por opção vive de forma pacífica em harmonia com a natureza, numa área situada no estado do Missouri. Um dia salva uma jovem índia, Chinook de seu nome, da tribo “sioux”, com quem mais tarde vem a casar e constituir família. E é aqui que Derib rompe com convenções. É no dia-a-dia, no envelhecimento e no desfecho trágico desta relação familiar, que somos convidados pelo autor para ser leitores atentos desta série composta por um total de vinte álbuns.
Derib escreve argumentos simples e fluidos, utilizando referências típicas do Oeste americano para criar as suas aventuras. O desenho é vigoroso e bastante agradável, compondo por vezes planos bastante originais. Tudo isto contribui para um western bem estruturado, de leitura fácil, composto por personagens bastante humanas, sólidas e realistas quer seja pela opção do autor no envelhecimento destas, quer seja pelo destino final que o autor lhes reservou.

“Buddy Longway” em Portugal
As aventuras de Buddy Longway surgiram em Portugal através da revista Tintin, tendo a primeira aventura (“O Inimigo”) sido publicada entre Abril (#876) e Junho de 1976 (#904). Ao todo, foram publicadas através desta revista um total de nove aventuras da série. Encontram-se também registos de aventuras nas revistas Selecções Tintin e Mundo de Aventuras.

Em formato álbum, e até à data, encontram-se publicados nove aventuras, distribuídos por três editoras – Livraria Bertrand, Editorial Futura e Asa/Público (álbum duplo). Deixo então aqui a lista dos álbuns publicados em Portugal, respeitando a cronologia original:

1. Chinook, Livraria Bertrand, 1978
2. O Inimigo, Livraria Bertrand, 1978
3. Três Homens passaram, Livraria Bertrand, 1979
4. Sozinho, Livraria Bertrand, 1980
5. O Segredo, Livraria Bertrand, 1981
6. O Alce, Editorial Futura 1, 1988
7. O Inverno dos Cavalos, Editorial Futura 2, 1989
13. O Vento Selvagem, Asa/Público 11, 2009
14. O Manto Negro, Asa/Público 11, 2009

Sites relacionados:
- Buddy Longway [link]

09 maio, 2009

Nova colecção de BD pelo Público

A parceria ASA/Público prepara-se para uma nova colecção, desta vez, dedicada a heróis da banda desenhada que há muito desapareceram dos habituais escaparates. São personagens clássicos publicados à muito pela extinta revista Tintin (edição portuguesa) e que são agora resgatados ao tempo para a Colecção Clássicos da Revista Tintin.

As propostas de leitura dadas por esta nova colecção, composta por 12 álbuns duplos (alguns triplos), é bastante diversificada, e passa desde da ficção científica (com Luc Orient), ao western (com Buddy Longway), do desporto automóvel (com Michel Vaillant), ao exotismo (com Bernard Prince), do policial (com Ric Hochet) à aventura (com Lester Cockney) e não esquecendo os mais novos (com Clorofilia), entre outros.

Uma verdadeira colecção para “saudosistas” com a aliciante de publicar em álbum histórias ainda inéditas em Portugal, pelo preço de € 6,90 cada álbum.

Destaco o álbum de Bernard Prince (publicação em 24 de Junho) que inclui as histórias “A Fortaleza das Brumas” e “Objectivo Cormoran” que possibilitará aos coleccionadores preencherem o vazio que existia nos álbuns publicados anteriormente em Portugal, que saltava do n.º 10 para o 13 (na numeração original). As aventuras referidas correspondem assim aos álbuns n.º 11 e 12.

COLECÇÃO CLÁSSICOS DA REVISTA TINTIN (Títulos e datas de lançamento):
  1. 20 de Maio - Luc Orient - Os Dragões de Fogo / Os Sóis de Gelo
  2. 27 de Maio - Clorofila - Contra os Ratos Negros / Clorofila e os Conspiradores
  3. 03 de Junho - Jonathan - O Sabor do Songrong / Ela ou Dez Mil Pirilampos
  4. 10 de Junho - Michel Vaillant - O 8.º Piloto / Suspense em Indianápolis
  5. 17 de Junho - Rock Derby - Os Tubarões do Ringue / Os Ladrões de Bonecas/Pânico no Paraíso
  6. 24 de Junho - Bernard Prince - A Fortaleza das Brumas / Objectivo Cormoran
  7. 01 de Julho - Clifton - Meu Caro Wilkinson / O Rapto
  8. 08 de Julho - Vasco - O Ouro e o Ferro / O Prisioneiro de Satanás
  9. 15 de Julho - Spaghetti - Spaghetti e os quadros a Óleo/Encontro de Ciclistas / Spaghetti em Paris
  10. 22 de Julho - Ric Hochet - Uma armadilha para Ric Hochet / Ric contra "O Serpente"
  11. 29 de Julho - Buddy Longway - O Vento Selvagem / O Manto Negro
  12. 05 de Agosto - Lester Cockney - A Ruptura / Oregon Trail